sábado, 24 de outubro de 2009

Salta-me o coração

Salta-me o coração do peito fora
Se te vejo ou apenas te pressinto!
É um bater diferente, bem distinto
Deste bater assim, que bate agora,

Tão suave, tão calmo. Mal o sinto!
Este bater transporta-me a outrora,
Quando mal via aproximar-se a hora
De me apagar um fogo nunca extinto!

Salta-me o coração com impulsões,
Fustigado por fortes emoções
Que me atormentam, de que nada gosto...

Estando tu contente e divertida,
Eu sinto uma alegria mal contida
Vendo a felicidade no teu rosto!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

OUVI-TE A VOZ

Ouvi-te a voz quebrantada
Dizer-me a nova funesta...
Foi noticia inesperada,
Crua, brutal, indigesta.

Era uma voz resignada,
De impotência manifesta,
A fruta desmoronada
Que não cabia na cesta...

Era a tremura da voz
Que se apodera de nós
Em rigoroso momento.

Era a alma que doía
Em busca de uma alquimia
Para tanto sofrimento!

DÓI-ME O PEITO

Atormenta-me a saudade,
Do passado lembro tudo!
Dói-me o peito, sofro mudo,
Escondo da sociedade,,,

Quero reagir, mas, contudo,
Falta-me a capacidade
E com esta realidade,
A mim próprio não ajudo!

Carrego assim este aspecto
Mais pesado e circunspecto
Que a saudade põe em mim…

Mas digo-vos, convencido,
Que embora seja sofrido,
Gosto de viver assim!

CÁLIDO AGOSTO

Sente-se um vento fresco, nesta calma,
Que suaviza, que amaina, que tempera,
Como a oração rezada, para a alma,
Como a sombra da tília refrigera.


Assim como a coroa em verde palma
Na fronte transpirada que vencera,
Ou o antibiótico que acalma
A dor silenciosa a quem sofrera.


Abençoado vento que suaviza,
Que mansamente corre, feito brisa,
Num cálido, exigente mês de Agosto.


Uma tosse convulsa e resistente
Fez-me pensar, inopinadamente,
Que me sinto mais débil, mais exposto.

APETECIDA CALMA

Quando andas junto ao rio
Tua vida meditando,
Não sentes, de quando em quando,
As vibrações que te envio?


Enquanto vais caminhando
Na paisagem que aprecio,
Não faças ínvio desvio,
Pensa que aí também ando.


Nessa apetecida calma
Vai revigorando a alma,
Carecida, tu o dizes.


E quando à noite recolhes,
Que te lembres e desfolhes
Os instantes mais felizes...

À la minute...

Alto, rosto comprido, não moreno,
Cabelo curto, liso, cor caruma,
Tão branco agora como a alva espuma,
Nariz normal, nem grande, nem pequeno.


Sobre o lábio superior arruma
Bigode com nevão. E, não sereno,
Acede à Musa que lhe faz aceno
E solta o estro, sem paciência alguma.


Discreto nos diversos ambientes,
Gosta de conviver, cansar os dentes
E passá-los também por um bom vinho!


Amigo dos amigos tão fiéis,
Amigos, sou quem todos vós sabeis,
O Osvaldo Oliveira Campos Pinho.

SEM JEITO

O nosso amor, que é tão nosso,
Não posso calar. Não posso
Amordaçá-lo vilmente.


Porque ele estoira-me o peito,
Onde o coração, sem jeito,
Bate exageradamente!

DOCE CALOR

Não sinto o doce calor
Co´a frequência que sentia,
Induzindo-me ao amor
Que tantas vezes fazia...


Também o leve rubor
Que lesto ao rosto subia,
Agora é como o Sol-pôr,
Com o astro em agonia.


Contudo, uma coisa é certa:
­-Quando tal calor desperta,
É canícula bem vinda!


E nesses quentes instantes
Volto a ser como era dantes,
Nos meus vinte anos ainda!