sexta-feira, 13 de novembro de 2009

ROSA

Como discreta vai andando a Rosa,
Logo de manhãzinha a trabalhar...
E, dirá quem na rua a vir passar:
- Ela vai tão discreta, quão formosa!


Parece caminhar mais devagar,
Mas, de facto, ela não é vagarosa.
Sabendo descrevê-la com a prosa
Como a hei-de em poesia retratar?


Suas frases às vezes são marotas,
As palavras profere a conta-gotas,
Medidas e pesadas, cautelosas.


Faz covinhas na cara, se sorrindo...
Fisicamente bela, corpo lindo
Intuindo as carícias mais gostosas...

MORADAS

Tenho mais que uma morada:
- A morada permanente,
Cinquenta metros à frente
Outra, sempre recusada!

Uma, temporariamente,
Que por mim foi contratada...
A outra, não habitada,
Mas vai sê-lo eternamente.

Tremendo destino este
Logo desde que nasceste
Sem que te tenham ouvido.

Ainda bem, não sei quando
Da primeira irei andando
Para a outra, adormecido...