terça-feira, 30 de agosto de 2011

HORAS SÓS

Aqui tens, aqui vão meus versos tristes
Feitos em horas sós, em horas mortas,
Quando à tardinha todos fecham portas
E com o pensamento me atingistes.

E lá fora de casa, lá nas hortas,
Vão cantando as cigarras que não vistes,
Mas que existem como também existes,
Acordando memórias tão absortas.

Mas tu andas, indiferente e linda,
Zombando da tristeza enorme, infinda,
Tão soberba, sorrindo com prazer...

E eu, pobre mendigo de carinho,
Sou como a ave quando faz o ninho
E procurar a outra ave quer.




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