SEM JEITO
O nosso amor, que é tão nosso,
Não posso calar. Não posso
Amordaçá-lo vilmente.
Porque ele estoira-me o peito,
Onde o coração, sem jeito,
Bate exageradamente!
O. Pinho
O8.10.21
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MASOQUISMO
Privilégio da memória
E também do coração,
Estar lembrando-te é bom,
Mas alegria ilusória!
Será masoquismo louco,
Insensato, com certeza...
Mas tendo minh´alma acesa
O resto me importa pouco.
Na memória estás presente,
Qual rosa num solitário
E o coração, solidário,
Bate feliz... mas doente.
As saudades que me fazes
Eu sinto-as como pragas;
Na alma nascem-me chagas
Que me devoram, vorazes!
Meu pensamento vai longe,
Nem sabes que está contigo
Como desterrado monge
Em busca de quente abrigo.
E rebenta o doce pranto
As margens que o estão cercando!
Como o desbragar desmando
Foi tão puro, quase santo!
Meu coração estoira
Em compulsiva arritmia,
Como coroa que doira
Esta dor... nesta alegria.
Perguntei às andorinhas
Que passaram por aí
Se elas sabiam de ti,
Se tinhas saudades minhas.
Trinfaram sem dizer nada,
Fiquei a saber o mesmo!
Bambilha-me o peito a esmo,
Com a alma angustiada
Notícias ninguém me traz,
Qualquer arauto bendito
E não consigo ter paz
Com o Destino maldito.
Mas o Destino não quis
Escreveu linhas direitas
Salomónico juiz
De sentenças tão perfeitas.
Destino tão peremptório
Que nos espiou e disse:
- Não te dou o Purgatório,
Mereces o Céu, Alice.
E também do coração,
Estar lembrando-te é bom,
Mas alegria ilusória!
Será masoquismo louco,
Insensato, com certeza...
Mas tendo minh´alma acesa
O resto me importa pouco.
Na memória estás presente,
Qual rosa num solitário
E o coração, solidário,
Bate feliz... mas doente.
As saudades que me fazes
Eu sinto-as como pragas;
Na alma nascem-me chagas
Que me devoram, vorazes!
Meu pensamento vai longe,
Nem sabes que está contigo
Como desterrado monge
Em busca de quente abrigo.
E rebenta o doce pranto
As margens que o estão cercando!
Como o desbragar desmando
Foi tão puro, quase santo!
Meu coração estoira
Em compulsiva arritmia,
Como coroa que doira
Esta dor... nesta alegria.
Perguntei às andorinhas
Que passaram por aí
Se elas sabiam de ti,
Se tinhas saudades minhas.
Trinfaram sem dizer nada,
Fiquei a saber o mesmo!
Bambilha-me o peito a esmo,
Com a alma angustiada
Notícias ninguém me traz,
Qualquer arauto bendito
E não consigo ter paz
Com o Destino maldito.
Mas o Destino não quis
Escreveu linhas direitas
Salomónico juiz
De sentenças tão perfeitas.
Destino tão peremptório
Que nos espiou e disse:
- Não te dou o Purgatório,
Mereces o Céu, Alice.
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