quarta-feira, 18 de maio de 2011

Passarada

Oiço lá fora um melro assobiar
A melodia ímpar dele, autor,
Em fantástica afinação, vulgar
Nos cantos invulgares do cantor!

Ao longe um rouxinol então responde
Em requebros magníficos, de encanto;
Mas não se sabe o galho em que se esconde,
Para, cantando, estar vertendo pranto.

Salta o pisco. Espontânea defesa,
Lá do alto, lá onde não se vè,
Cantando e assobiando com fineza
Não se entendendo bem, também, o quê!

Vem então o pardal irreverente,
Como palhaço após os trapezistas!
Acabou-se o concerto abruptamente
E deu-se a retirada dos artistas...

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